Respondido por Lyana Bittencourt, especialista em franquias
Sabe quando alguém te dá palpite sobre algum assunto particular? Geralmente nossa reação é de estranhamento, sensação de invasão. Mas e se esse alguém tem propriedade para falar? Seja pela experiência ou conhecimento adquirido? Certamente fica mais fácil de aceitar.
Muitas vezes, uma visão de fora pode ser fundamental para nos dar novos pontos de vista. Às vezes, estamos tão tomados pela situação que não enxergamos soluções óbvias ou simples que podem estar bem na nossa frente.
Evitar esse tipo de situação é uma das razões pelas quais o franqueado deve valorizar muito a participação do consultor de campo no seu negócio. Ele foi instruído e capacitado pela franqueadora para apontar os caminhos para se chegar aos resultados desejados e também para propor ações de melhorias.
Não se trata de um auditor que vai denunciar as inconformidades do negócio, nem de um simples palpiteiro. Trata-se de mais um recurso oferecido pela franqueadora para que o negócio seja um sucesso.
O consultor de campo vive a realidade dos negócios em seus mais diferentes estágios. Vivencia realidades de unidades mais maduras e também das mais novas e com isso desenvolve um olhar crítico voltado a resultados.
Nada melhor para o franqueado do que estabelecer uma relação de confiança e cooperação com esse profissional. Sendo bem aproveitado, ele cumpre a função de auxiliar os franqueados na gestão eficiente de sua unidade bem como supervisiona o cumprimento dos padrões da franquia.
É claro que nem só de boas notícias o consultor de campo é feito, muitas vezes ele será o responsável por recomendações que num primeiro momento possam parecer difíceis ou que trazem custos adicionais, como a capacitação da equipe ou a readequação da loja. E caberá ao franqueado a tarefa de colocar em prática tais recomendações.
Muitas vezes é daí que surgem alguns dos problemas de relacionamento na rede, pois alguns franqueados acreditam que sabem melhor do ninguém como gerir seu negócio, e podem ignorar a ajuda. Nesses casos, o problema cresce e pode se tornar irreversível.
O melhor é sempre estar aberto ao diálogo, à possibilidade de mudança, a ouvir o que muitas vezes é difícil de aceitar. Isso pode significar redução de custos e de desperdício, além de aumento de faturamento, exposição da marca e incremento do ticket médio da unidade.
Lyana Bittencourt é especialista em franchising e diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bittencourt.
Fonte: Exame