A franquia é uma modalidade que envolve a concessão
de uma marca, tecnologia, produtos e serviços, funcionando como uma parceria
entre a empresa detentora destes itens com outra empresa que quer ser a
representante local. É uma maneira de a marca expandir e de o empresário
interessado contar com um negócio já estruturado. Para quem não tem experiência
de ter a própria empresa, a franquia pode se tornar uma opção interessante
porque existe o suporte do franqueador.
Mas, antes de tomar esta decisão, é preciso pesquisar bastante sobre os prós e
contras. Existem muitos tipos de franquias no mercado, em todas as áreas de
negócio e em diferentes valores, permitindo a escolha que mais se aproxima com
a sua vontade e o seu perfil. Independente de qual seja a franquia escolhida,
especialistas são unânimes em afirmar que o dono da empresa precisa se dedicar
bastante para que ela comece a render bons frutos. Não tem aquela história da
franqueada só dar ordens para o funcionário. Tem que colocar a “mão na massa”.
O diretor da Regional Sul da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Marco
Pozza, explica que as franquias têm uma taxa de insucesso de apenas 5%. “Quando
a pessoa vai sozinha, enfrenta maiores dificuldades”, ressalta. O economista e
consultor Daniel Poit, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná
(Corecon-PR), confirma que o perigo é pequeno, mas “sempre haverá o risco”. De
acordo com ele, apesar disto, é preciso levar em consideração que as franquias
limitam a criatividade do franqueado, pois o empresário deverá seguir o modelo
de negócios proposto.
O interessado deve fazer uma pesquisa intensa para saber de todos os detalhes
da franquia, incluindo valores a serem pagos ao franqueador, investimento
inicial, faturamento e tempo de retorno do investimento, entre outros. O ponto
de partida do levantamento pode ser o site da ABF
(www.portaldofranchising.com.br), onde estão disponíveis estas e outras
informações, como a relação das franquias autorizadas a operar no país. “A pesquisa
deve levar em conta também a afinidade da pessoa”, afirma Pozza.
As franquias são procuradas muitas vezes por pessoas mais maduras, que preferem
entrar em um modelo de negócios mais aperfeiçoado, segundo Poit. Nem sempre a
experiência profissional do interessado em ter uma franquia determina a área a
ser escolhida. A afinidade com aquele segmento pode ser determinante para
fechar o negócio com o franqueador. Pozza cita como exemplo o caso de uma
professora que tem interesse em abrir uma loja de produtos de beleza. “Gostar
daquilo já é suficiente, pois o papel do franqueador é passar a sua
experiência”, revela. “Junto com o franqueado, o franqueador tem interesse que
o negócio dê certo”, completa. Segundo ele, as mulheres optam, normalmente,
pelas áreas de confecção, beleza, educação e infantil.
É preciso calcular bem os gastos
A escolha da franquia deve passar ainda pela questão financeira, pois é preciso
pagar o franqueador pelo negócio. Há uma gama enorme de valores, a partir de R$
5 mil . “Os valores estão relacionados com a possibilidade de retorno,
segurança do negócio e tradição do franqueador. Aqueles que estão começando a
franquear e que não cobram tão caro querem que o investidor também participe e
aprenda junto”, pondera Poit.
Se a pessoa tem R$ 25 mil para investir e quer uma franquia de R$ 25 mil, ela
deve repensar a escolha, pois não é apenas este valor que está envolvido no
negócio. O fraqueado precisa pensar em capital de giro para compra de produtos,
insumos ou tecnologia e contratação de pessoal, entre outros itens. “A
estimativa é de dois anos sem lucro. É preciso ter esta estimativa porque não
vai dar para depender exclusivamente do resultado do mês. Existe um tempo de
maturação do negócio”, enfatiza o economista. Além disto, o franqueado deverá
estar atento à gestão financeira do próprio negócio.
Conhecer o negócio faz diferença
A empresária Alison Mazza Lubascher está tendo a primeira experiência com
franquia. Ela comanda a loja da marca de lingerie Liz no Shopping Pátio Batel.
Alison trabalhou durante anos na área de educação e, junto com o marido,
pensava em ter o próprio negócio. “Pesquisei bastante e até participei de uma
feira específica de franquias. Vi tudo o que podia imaginar, entre escolas de
inglês, cervejarias, cursos preparatórios para concurso, roupas”, conta.
Alison e o marido ficaram sabendo que a Liz tinha interesse em abrir uma
unidade no shopping, mas pelo sistema de franquia. “Sou cliente da Liz e sei da
qualidade do produto. Foi tudo se encaixando. Mas pensamos bastante antes de
bater o martelo”, comenta. Para a empresária, entrar em um modelo de negócio
pronto ajudou bastante. “Estou em um processo pronto, mas tenho liberdade junto
ao franqueador, como é o caso da divulgação. Contamos com o apoio da marca. Fizemos
diversas ações no ano passado”, esclarece. Para Alison, o saldo é positivo e
valeu a pena ter apostado em uma franquia.
Fonte: Parana Online