De acordo com Bruna Picciani, membro da ABO Rio de Janeiro e professora adjunta do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, a rejeição ao cirurgião dentista pode estar relacionada ao medo da dor, que, no passado, era mais presente nos tratamentos devido ao menor grau de conhecimento e técnicas disponíveis. “A criança traumatizada de ontem é o adulto de hoje, o qual, por sua vez, acaba transferindo o medo para os filhos.”

Bruna recorda que a fobia faz com que o paciente deixe de realizar consultas de rotina, ou, quando o faz, só em casos mais urgentes de dor e outras complicações. “É comum estes pacientes só recorrerem ao profissional quando o quadro está bastante avançado, com dor intensa. A ansiedade pode ser tamanha que o indivíduo tem calafrios, mão suadas e batimento cardíaco acelerado, ficando propenso a uma emergência médica no consultório.”

Segundo a especialista, o cirurgião-dentista deve ser comunicado com antecedência sobre a fobia do paciente, a fim de se planejar de maneira segura, garantindo bem-estar para si e para o atendido. “O profissional deve ser avisado do medo excessivo, bem como alertado caso já tenha ocorrido algum imprevisto com o paciente por conta do problema. O primeiro passo é identificar o motivo do medo e, a partir desta informação, estabelecer uma relação de confiança com o odontofóbico, a fim de tentar amenizar a fobia. Tendo ciência do problema, o cirurgião-dentista poderá evitar situações adversas”, pontua.

Fonte: ABO.org