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A RESPEITO DA PROIBIÇÃO DO AMÁLGAMA DENTÁRIO 


Muitas e diferentes ONGs (organizações não governamentais), AIMOT (Academia Internacional de Medicina Oral e Toxicologia), TAP (Programa de Assistência Técnica) entre outras, estão fazendo de tudo para legislar sobre o fim do amálgama como material restaurador odontológico. Além dessas entidades, também pessoas ao redor do mundo têm trabalhado incansavelmente para a proibição do uso de mercúrio nas restaurações dentárias. Dentre elas cientistas, docentes, dentistas, médicos, ativistas e advogados, cujos artigos e opiniões contribuem para incentivar a “terceira guerra” contra o amálgama. No nosso meio, estão o Dr. Olimpio Faissol Pinto, Dra. Anita Vasques Tibau, Prof. Alberto Consolaro e Tiago Novaes Pinheiro; já do exterior o Drs. Mats Hanson, Lars Friberg, Boyd Haley, Mats Berlim, Fritz Lorscheider, Vasken Aposhian, Murray Vimy, David Kennedy, Sam Ziff, Mike Ziff, Mark Geier, David Geier, Leo Cashman e outros profissionais

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A análise mesmo que superficial dos argumentos apresentados parecem pouco louváveis. Por exemplo, eles discutem o número de miligramas de mercúrio que pode evaporar da superfície oclusal de um amálgama durante a função. Eles também discutem elevações concomitantes de mercúrio no sangue e urina quando amálgamas são inseridos e a subseqüente redução desse nível quando os amálgamas são removidos. Mas depois de ler muito esses documentos e manuscritos sobre o perigo potencial do amalgama, concluí que nenhuma pesquisa de boa fé autêntica e científica foi publicada e que demonstre qualquer relação válida entre amálgama na cavidade oral e qualquer doença sistêmica. 


No entanto, mesmo com o seu contexto histórico, o amálgama, infelizmente se tornou mais uma vítima do ensino arcaico, da subvalorização e da odontologia estética do que uma vítima da ciência. 

O advento de um material estético de aplicação rápida maculou a imagem do amálgama, mas é errado dizer que esse material não deve mais ser usado simplesmente pela sua coloração prata, escura ou mesmo para atender as solicitações populares por restaurações livres de metal, porque na verdade ele garante excelente performance em manter a integridade ocluso-funcional , marginal ou interfacial.


O dentista deve sempre lembrar que existem três formas de mercúrio: inorgânico, orgânico e elementar. O mercúrio existente no amálgama é o inorgânico (ou metálico), portanto, mal absorvido pelo intestino e, quando eventualmente absorvido, a maior parte tende a permanecer neste estado até sua excreção pela urina. Estes compostos são totalmente diferentes do mercúrio orgânico, que é altamente tóxico, presente em peixes e mariscos de água contaminada e em alguns pesticidas e herbicidas. Ele é rapidamente absorvido pelo organismo. Já o mercúrio elementar resulta da inalação de vapores (acidente de trabalho). Ovapor de mercúrio é absorvido e oxidado completamente à sua forma inorgânica.


O mercúrio pode penetrar no organismo na forma elementar, inorgânica ou orgânica. A forma elementar possui uma alta pressão de vapor, sendo classificada como um contaminante industrial e não de ambiente. A sua principal via de absorção é o trato respiratório. O mercúrio inorgânico é a forma oxidada do mercúrio elementar, sendo muito pouco absorvido por animais ou plantas. Já o mercúrio orgânico é considerado um contaminante de ambiente e poluente, sendo 95% absorvidos pelo trato gastrointestinal.


1-O organismo não é capaz de transformar grandes quantidades de mercúrio inorgânico do amálgama em orgânico, que é tóxico. A quantidade de mercúrio que o organismo absorve proveniente do amálgama é muito pequena se comparada à absorvida dos alimentos (1-AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Council on Scientific Affairs. Dental amalgam: update on safety concerns. J Am Dent Assoc, Chicago, v. 129, n. 4, p. 494-503, Apr. 1998. Disponível em: . 


2 - FDA – Food and Drug Administration. Center for Devices and and Radiological Health. Class II special controls guidance document: dental amalgam, mercury, and amalgam alloy - guidance for Industry and FDA staff. Silver Spring: FDA, 2011. Disponível em .)


A US Food and Drug Administration chegaram a uma conclusão semelhante em 2009 e, provavelmente, emitiram o melhor relatório das evidências em relação à segurança do amalgama dentario (ver http:www.fda.govcdrM consumeramalgams). 


É sempre importante informar ,por meio deste jornal do CROPE, à classe odontológica e as autoridades que nos representam (CFO, CROs, ABO, APCD,ABCD,ABENO, GBPD,GBMD) a declaração de princípios da Federação Dentária Internacional (FDI) e a declaração de consenso da Organização Mundial de Saúde(OMS) aprovada pela assembleia geral da FDI realizada em Seú,Koreia, em setembro de 1997, e aceita pela American Dental Association - ADA, conforme os links abaixo. Peço a todos colegas de Pernambuco que estão lendo este artigo que transmitam às pessoas interessadas , autoridades conhecidas e compartilhem essas importantes informações.


Eu, por um lado, acredito que o amálgama estará disponível para os dentistas por muitos anos . Pense nisso. Se o amálgama for eliminado como material restaurador, em todo e qualquer momento a profissão experimentará problemas muito graves. Cito por exemplo os pacientes com necessidades especiais (estimada em 10% da população), onde o amalgama é o único material restaurador viável para as condições e dificuldades bucais e gerais inerentes desses pacientes. Quem se responsibilizará pela não restauração dos seus dentes com lesões cariosas de rápida progressão e suas advindas consequências(sofrem tremendamente com dores dentinarias e/ou pulpares e até abcessos dento-alveolares) desde que os sistemas resinosos ou ionomericos exigem isolamento obrigatório do campo operatório , o que é inviável para esses pacientes. O amalgama por sua vez pode ser inserido e condensado num “poço de saliva e/ou sangue” que ele se retem.

Prontamente admitido ou não, o amálgama serviu e tem servido as necessidades dentarias do população de forma excepcional por muitos anos por causa de sua natureza indulgente. Apesar de um bom número de dentistas neste país ser totalmente capaz de usar a resina composta como um substituto para o amálgama, o número está muito longe dos 100 %. Se não acredita neste fato, é só consultar aqueles que exercem a especialidade endodôntica, que veem o uso indevido das resinas compostas resultar em um aumento nas necessidades dos serviços endodônticos. Até que esse grupo de dentistas alcance competência para usar a resina composta , o número de substituições associadas a cárie secundaria, sem dúvida, continuará a ocorrer num ritmo alarmante. Considerando que o dique de borracha é recomendado para a inserção ou condensação do amálgama, na verdade o seu uso atualmente é obrigatório para a resina composta; todavia, muitos dentistas não utilizam o dique de borracha, qualquer que seja o material que está sendo inserido, colocado ,condensado ou cimentado. 


Assim, apesar de todas as suas falhas e deficiências perceptiveis, nosso velho amigo amálgama estará bem conosco ainda por muito tempo desde que gerenciarmos responsavelmente sua utilização e eliminação.


Concluindo, não se pode deixar, em nome da modernidade, que palavras e até estudos longe das evidências científicas, mas perto dos interesses mercadológicos, ongs ou entidades politicas, deem o veredito final acerca de um material sem que entidades internacionais como a ADA ,FDA , FDI , orgãos oficiais de nosso país como o CFO e CROs, associações responsáveis como a ABO e ABCD e entidades cientificas e academicas coma a ABENO, GBMD , GBPD , responsáveis pela qualificação e ensino dos produtos odontológicos, demostrem de fato o que deve ser usado e ensinado e o que deve ser descartado. Até então, com a necessária prudência e dentro dos conhecimentos e estudos pertinentes, podemos prosseguir na utilização do amálgama dentário, sem o receio que tem se tentado disseminar sobre um possível efeito danoso de um de seus componentes.



Fonte: http://www.cro-pe.org.br/site/noticia.php?id_noticia=935